8 de maio de 2012

Paixão por videogames ajuda a tirar crianças das ruas na Somália

Os videogames se tornaram uma nova mania na Somália, sendo a primeira opção de entretenimento depois que os militantes do al-Shabab deixaram de controlar Somali, a capital do país. Os games fazem com que os jovens fiquem em casa, evitando serem recrutados pelo o que restou do grupo, mas pais afirmam que as ausências nas escolas também aumentaram.

Os jogos e filmes não eram permitidos quando o grupo ultraconservador al-Shabab controlavam a capital do país antes de serem expulsos pelas tropas de Somali e pela União Africana. Com os militantes longe, os jovens puderam finalmente jogar games de PlayStation.

Enquanto os pais afirmam que os jogos deixam os jovens longe das ruas, eles afirmam que muitos faltam às aulas para ficar na frente da TV. "Eu passo metade do meu dia aqui. Os videogames são fascinantes", disse Abdirizak Muse, um jovem de 16 anos que largou a escola em 2011 depois que o al-Shabab montaram trincheiras ao redor dela.

As escolas foram usadas pela milícia do al-Shabab para recrutar soldados. Milhares de crianças foram colocadas na linha de frente dos combates.

Mohamed Deq Abdullahi, pai de dois adolescentes, assistiu seu filho passar uma tarde de ensolarada jogando futebol no videogame. Ele vê o novo brinquedo dos filhos como benéfico. "Esta é a atividade diária deles porque não quero vê-los chateados ou indo para a guerra", disse. "Quanto mais ocupados eles ficam, mais casados e longe da violência eles estão".

Enquanto as locadoras de videogame, onde os jovens pagam uma pequena taxa para jogar por uma hora são populares, alguns com um pouco mais de dinheiro conseguem comprar os consoles para jogar em casa. Muse Haji, pai de seis filhos, comprou um. "Para nós é uma escolha entre muito e pouco mal. Em vez de meus filhos serem pegos pelos militantes para serem usados como bombas humanas, é melhor que fiquem em casa jogando videogame", disse. "Eles jogam títulos que não são violentos como de corrida, futebol e alguns jogos educacionais".

Haji conta que seus filhos, como todas as crianças desta geração são fanáticos por tecnologia. Segundo ele, as gerações anteriores do país se interessavam mais por armas e ir para a guerra.

[via G1]

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